domingo, dezembro 31, 2006

2006 em revista

Mais um ano que passou.
Depressa de mais. A voar, até!
Um ano com altos e baixos, com momentos doces, outros mais amargos.
Mas um excelente ano!
Um ano com metas alcançadas, mas também com algumas frustrações.
O último ano académico, o melhor até.
Os momentos passados com os amigos, as patuscadas, os passeios, as horas "perdidas" no café.
O colorido da festa de finalistas. Os abraços, as lágrimas e os sorrisos ao som dos "Xutos e Pontapés".
O último "Enterro da Gata". O último dia de aulas. O último exame.
O dizer adeus a Braga.
As primeiras entrevistas de emprego. Os primeiros testes. As primeiras respostas negativas.
Os momentos vividos em família, adoçados com os risos das crianças.
2006 foi um óptimo ano. Um ano que vai deixar saudades.
Ficam as memórias dos doces momentos.
E... Bem-vindo 2007!

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Passeio a Trás-os-Montes



Mirandela - Terra Quente. Conhecida pelas suas famosas alheiras, o fumeiro típico de Trás-os-Montes. As pequenas lojas cheias de enchidos e queijos. Uma cidade pequena mas muito arranjadinha e acolhedora, banhada pelo belo Tua.

Bragança - Terra Fria. Gelada mesmo! Uma cidade que me surpreendeu bastante. Perdida atrás dos montes, Bragança é uma cidade que tem vindo a crescer nos últimos anos e que presenteia os seus cidadãos com uma excelente qualidade de vida. O verde das serras que rodeiam a cidade, tornam a vida na cidade mais saudável. O centro histórico com o seu belo castelo e a primeira câmara municipal romana, transportam-nos para o passado. E claro, não podia faltar a bela gastronomia transmontana, com uma suculenta "posta mirandesa" acompanhada por batatas a murro. Uma bela cidade!

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Quando o poder sobe à cabeça...

Era daqueles professores que admirava, pela sua sapiência mas também pelo interesse que mostrava pelos alunos e pela fé que depositava nestes, como líderes mundiais do futuro.
Na primeira aula deixou-me de boca aberta, a beber todas as palavras que dizia. Mas o feitiço foi-se quebrando aos poucos.
Agora que assumiu um alto cargo já pouco se importa com os alunos, aqueles para os quais dizia que vivia. O que importa mesmo, agora, é dar uma boa imagem - ainda para mais numa sociedade onde se vive de aparências.
Após várias tentativas, ontem lá consegui encontrar o referido professor, uma vez que tinha algumas questões para lhe colocar. Depois de pouco me ter esclarecido, lá se vira para mim e me diz (por outras palavras): "Agora veja lá o que vai fazer, porque é o meu nome que fica mal visto". Fiquer parva! completamente estupefacta...

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Cantar a Vida

"Cantar a vida
que descobrimos novamente
na manhã de cada dia;

Cantar a vida
nos encontros, nos trabalho,
nas preocupações, nos desaires;

Cantar a vida
no casal, nos filhos, na família,
nos amigos e até nos inimigos;

Cantar a vida
nos dias de sol, de chuva,
e até de tempestade...

Cantar a Vida...
na morte."


D. Manuel Martins

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Caso encerrado

Recebi hoje uma carta da advogada de acusação do processo do soldado inglês a informar-me que, após se ter declarado culpado, o soldado ("Gunner") foi sentenciado a 4 meses de detenção num centro de correcção militar no Reino Unido.
Caso encerrado! Finalmente...

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Emprego para quem?

"Um estudo divulgado esta semana revela que o número de desempregados lienciados quadriplicou em Portugal, apesar de sermos dos países da união Europeia que tem uma menor percentagem da população com estudos superiores. por outro lado, esta semana foi noticiado que há menos desemprego entre a população que apenas tem a escolaridade obrigatória do que entre a que completou o secundário, e que a empregabilidade dos jovens que saem do ensino profissional é de praticamente 100 por cento, não sendo fácil, aceder a estes estabelecimentos de ensino por falta de vagas."

in: Jornal de Leiria, 7 de Dezembro de 2006

Como isto vai...

terça-feira, dezembro 05, 2006

Visão

Visão sem óculos: 5%
Visão com óculos: 140%

A verdade é que não faço vida sem os óculos. O primeiro gesto mal acordo é pegar nos óculos, só depois é que começa o dia. Sem óculos sinto-me completamente desorientada, para além de não reconhecer ningué que esteja a mais de 3 passos de mim, deixo de perceber as pessoas, como se perdesse também os outros sentidos.
Mas na verdade, nunca pensei que estivesse tão cega!!

quarta-feira, novembro 29, 2006

Inundação

Chego a casa e tenho a cave inundada. A casa-das-máquinas parecia uma autêntica piscina, um lago. Felizmente não foi culpa das chuvas, é a sorte de viver no cimo de um monte. O problema foi na caldeira, que passou o dia todo a escorrer água. A tarde foi passada de esfregona na mão a limpar a água...

domingo, novembro 26, 2006

Perdida nos dias

Ando uma semana atrasada. Faço a minha vida como se ainda estivéssemos a meio do mês de novembro, quando afinal estamos quase no fim do mês. Ando completamente desorientada. O tempo tem passado a uma velocidade louca, eu não dou por ele a passar. Este ano simplesmente passou depressa demais!!!

sábado, novembro 25, 2006

A felicidade exige valentia.

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não
esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela
vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no
recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter
medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para
ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa - 70º aniversário da sua morte

quinta-feira, novembro 23, 2006

Guilty - Culpado



Domingo 19.11. - 22:30 - Dusseldorf
Aterrei com uma hora de atraso devido ao intenso tráfego aéreo, que nos obrigou a "andar" a passear pelos céus alemães. Lá fora os termómetros registavam 5º C, o ar estava gelado. À minha espera estava um dos motoristas da base militar inglesa de Monchengladbach que me levou ao meu "hotel" dentro da base.




Segunda-feira 20.11 - Gutersloh


Aproveitei a manhã para dar uma voltinhas pela base-militar. As ruas estavam completamente vestidas de Outono e foi uma delícia passear, bem agasalhada, e saborear o ar fresco da manhã. A base é enorme, uma autêntica vila inglesa escondida dentro de um bosque alemão. As lojas inglesas que lá tem, são uma tentação: todos os produtos típicos ingleses a preços super acessíveis. O problema é que uma simples civil que não trabalhe lá dentro nem lá tenha família não pode fazer compras. Lá tive que me resignar e contentar em olhar apenas.


Depois de almoço um outro motorista foi-me buscar à base e daí fomos buscar a minha acompanhante, uma senhora nos seus 60 anos que veio de propósito do Reino Unido para me fazer companhia e explicar tudo o que se passava no tribunal - witness support.


Duas horas de carro depois lá chegámos ao hotel de Gutersloh, que infelizmente era longe do centro da pequena cidade, o que não deu nem para ir dar uma voltinha.


Terça-feira 22.11 - Osnabrueck

Às 9 horas em ponto já estava no tribunal militar de Gutersloh onde ia ser o julgamento. Depois de ter conhecido a senhora que tratou das minhas viagens, fui levada para a sala de testemunhas. Antes do julgamento começar fui ver a sala de audiências, uma sala normal toda equipada com câmaras e televisão. A minha "acompanhante" explicou-me onde é que eu ia falar e onde se ia sentar quem. Tinham assegurado que do sítio onde a testemunha se sentava não veria a cara do agressor. Do mal o menos, pensei. Perguntaram-me qual o juramento que queria fazer, se queria fazer um onde invocasse Deus ou um isento. Escolhi o juramento religioso, algo como "I swear by God to tell the truth, all the truth and nothing but the truth". De novo na sala de testemunhas foi-me dada a minha queixa formal por escrito para re-ler e relembrar o que tinha sucedido na data da agressão. O julgamento começava às 10 horas e eu seria a primeira de 18 testemunhas a falar, uma vez que fui a primeira a ser agredida. Às 10:20 batem à porta, entra o ajudante da advogada de acusação e esta, e eu pensei "É agora!", e disseram que tinha havido uma alteração e queriam falar com cada uma das testemunhas em particular.

Eu fui a primeira. Afinal quando a sessão de tribunal começou o rapaz pediu um acordo com o advogado de acusação em como se considerava culpado de alguns dos crimes que era acusado. O meu era um deles. A advogada explicou-me que na verdade o meu era dos mais graves, uma vex que fui agarrada em propriedade privada numa zona escondida por arbustos e que algo de mais grave se podia ter passado. Ele considerava-se culpado por me ter agarrado mas não de assédio sexual. Eu aceitei, claro. Resumindo, não tive que falar no tribunal e os ingleses gastaram uma "pipa de massa" comigo para nada!

Pela hora de almoço encontrei-me com um casal amigo que também tinha sido chamado para ser testemunha e eles levaram-me com eles para Osnabrueck onde passei o resto do dia. Aproveitei para dar uma voltinha na cidade para fazer algumas compras, mas principalmente para estar com alguns amigos. O tempo lá foi curto e passou depressa demais o que não deu para ver quase ninguém.


Quarta-feira 22.11 - Portugal

Às 10:37 apanhei o comboio de Osnabrueck para o aeroporto de Dusseldorf. Aí tivemos que estar cerca de 2 horas à espera do avião (depois da hora de embarque), devido a um "pequeno"problema. Ao abastecerem o avião esqueceram-se fechar ou fecharam mal o tanque do combustível e este derramou-se todo pela pista. Foi necessário limpar a pista e evacuar o avião. Apenas um pequeno incidente devido a erro humano que foi prevenido a tempo. E lá regressei eu a Portugal sã e salva.

quinta-feira, novembro 16, 2006

Seguir em frente

Todos nós passamos por más experiências ou experiências menos boas. O mais difícil é sempre dar a volta por cima, ultrapassar esses obstáculos. A mim, pelo menos , custa-me sempre. Principalmente quando essas situações implicam outras pessoas. Mas há momentos na vida em que temos que dizer "NÃO" e ponto-final. Mesmo que nos tentem dar a volta, temos que nos manter firmes na nossa posição, por mais que isso custe. É com estes momentos que aprendemos a enfrentar a vida e a ultrapassarmo-nos a nós próprios. São momentos em que podemos ver do que somos capazes. Por mais que custe, há que seguir em frente de cabeça erguida, com a consciência de que agimos correctamente.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Testes para a União Europeia

Tão depressa chegou este dia, que eu quase não vi o tempo passar. E lá fui eu para Lisboa, com os apontamentos atrás (mais para descargo de consciência) e quase sem tomar consciência de que bons resultados nestes testes poderiam ser a chave para o meu futuro profissional. Os testes, na verdade, foram mais acessíveis do que aquilo que eu pensava que poderiam ser. Havia algumas perguntas de "cárácácá", outras tinham algumas ratoeiras. Mas acho que no geral não me saí muito mal. Agora é esperar até finais de Janeiro, inícios de Dezembro, para saber os resultados desta primeira fase.
Como se costuma dizer, que até lá "não me doa a barriga"!

domingo, novembro 12, 2006

Às voltas com os livros

Sento-me na cama com os livros à minha frente. Tenho que estudar. Desfolho os livros e abro nas partes que me interessam. Começo a ler, mas quando dou por mim já estou noutro mundo, no chamado "mundo da lua". Estou gelada. Vou buscar um cobertor e embrulho-me nele. O nariz começa a pingar e a garaganta está meia seca. Munida de lenços de papel e já bem quentinha lá volto aos meus livros e apontamentos. Perco-me nos pensamentos e leio a mesma frase mais de 10 vezes. A matéria não é nada interessante, porque não é nada de novo. Mas tenho que fazer uma revisão geral, para ficar com as ideias principais e com aqueles pequeninos pormenores que por vezes nos escapam. Mas é sempre assim, sempre que tenho que estudar, quando a hora-H se aproxima lembro-me de mil e uma coisas para fazer. Ou tenho fome, ou está a dar um filme "super" interessante na televisão, ou tenho que mandar uns e-mails urgentísssimos, ou pura e simplesmente tenho sono... Tudo, menos estudar! Parece que os hábitos universitários não se perdem assim tão facilmente. Ainda para mais acho estou constipada. Tudo ajuda!

quinta-feira, novembro 09, 2006

Palavras perdidas

I sang loudly
But you didn't hear me.
I danced frenetically
But you didn't see me.
I touched your fingers
But you didn't feel me.

I passed by you
And you avoid looking at me.
I stared at you
And you avoid my eyes.
And I had just given up
When you asked me out.

quarta-feira, novembro 08, 2006

"Visita de médico" à Alemanha

Voar é liberdade, ultrapassarmo-nos, sentir os nossos limites. É a possibilidade de irmos onde quisermos. Mas é também sentir a nossa pequenez perante as maravilhas da natureza. A paisagem aérea, as casas por baixo de nós que parecem autênticas casinhas de bonecas, cheias de vida. Passar por entre as nuvens, sentir o vazio, o nada, o infinito. E já lá em cima, já lá bem em cima, ver o sol a pôr-se por entre as nuvens, o céu a encher-se de tonalidades de vermelho, rosa e violeta. E dá uma vontade imensa de saltar para as nuvens (que nem os "ursinhos carinhosos"), rebolar nelas, saltar de nuvem em nuvem até ao infinito. E a noite cai. Fica escuro como breu. As luzes das cidades e povoações iluminam a paisagem nocturna. Paris, então, é deslumbrante, toda uma teia de luzes que parece não ter fim, qual árvore-de-natal enfeitada. E eu fico maravilhada, extasiada, pregada à janela a assistir a estes espectáculo magnífico.
Pernoitei numa base militar britânica perto de Dusseldorf. Uma autêntica vila britânica perdida nos bosques alemães, onde hoje convivem "brits", alemães, holandeses, canadianos e americanos. De manhã fui levada à polícia militar onde visualizei um pequeno filme para identificar o presumível suspeito. Eu que apenas tinha visto a cara do soldado por uma fracção de segundos e ao longe, ainda para mais, há mais de ano e meio. Fui incapaz de identificar o homem. Havia uns quantos que tinha a certeza que não, mas com outros fiquei na dúvida. Não quis culpar ninguém inocente. O advogado de defesa pareceu-me satisfeito. Eu apenas cumpri a minha parte.
E passadas menos de 24 horas já estava de volta a Portugal. Uma autêntica "visita de médico" à Alemanha.

domingo, novembro 05, 2006

Palavras

"São como um cristal
as palavras.
Algumas um punhal,
um incêncio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?"
Eugénio de Andrade

quarta-feira, novembro 01, 2006

Dia do Bolinho

Lá pelas 8:00 eu e o meu irmão já costumávamos estar prontos, bem agasalhados e de sacolas ao ombro. A minha mãe lá nos tinha que dissuadir e obrigar-nos a ver os desenhos-animados até às 9:00 porque ainda era muito cedo para irmos bater à porta das pessoas. Juntávamo-nos em grupos de 8 a 10 e corríamos as casas todas dos prédios da rua. No hall-de-entrada ecoava o "Ó tia dá bolinho em louvor de todos os santinhos?", ou simplesmente o "Ó tia dá bolinho?" (é claro que também havia os mais descarados que tentavam "Ó tia dá bolinho, senão leva com a tranca no focinho" e habilitavam-se a levar eles com a porta na cara. De bolinhos, a frutos secos, passando por chocolates e moedas, ao fim da manhã as sacas já estavam bem recheadas. Alturas houve até em que íamos a meio da manhã a casa para despejar o saco e lá voltávamos nós de sacos vazios. Já sabíamos quais eram as casas que davam "melhor bolinho", quais aquelas onde as pessoas eram antipáticas e até mesmo aquelas que não nos abriam a porta. Mas era a alegria de andar com os amigos a bater de porta em porta, a ver quem ia a mais casas, quem tinha as sacas mais cheias. Hoje já são poucos os miúdos que andam a pedir bolinho. Muita gente já não abre a porta para dar bolinho. Começam-se a perder as tradições e adoptam-se e detorpam-se tradições que nada têm a ver com a nossa cultura, como é o Halloween.

terça-feira, outubro 31, 2006

Dar Sangue

Dar sangue é dar vida.
Salvar uma vida.
Ajudar o próximo.
Também nós um dia podemos vir a precisar. Por isso não custa nada dar agora para aqueles que precisam. Nunca sabemos quando será a nossa vez. E não custa nada. São só cerca de 500 ml de sangue. Ainda temos direito a um lanche reforçado, para não falar na isenção das taxas moderadoras.
Deiam sangue! Não custa nada.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Ao serviço de Sua Majestade

Aquando da minha estada na Alemanha apanhei um dos maiores sustos da minha vida. Fui agarrada por trás por um homem e por segundos vi a minha vida passar toda à minha frente. Pensei no que me poderia fazer. Fiquei em pânico. Tentei a todo o custo libertar-me mas parecia que quanto mais esbracejava mais ele me apertava. Gritei. E finalmente me libertou. Foram os segundos mais longos da minha vida. Depois de mim, o homem agarrou mais umas quantas raparigas e acabou a destribuir pancada num bar. Chamámos a polícia e fizemos queixa. Viemos a descobrir que o homem era um militar inglês que tinha acabado de regressar do Iraque e vinha traumatizado. Uma boa desculpa para fazermos tudo o que nos der "na real gana". Fui depor à polícia alemã e mais tarde à polícia militar inglesa. Já lá vai um ano e meio. Durante o Verão passado fui contacta pela polícia militar inglesa que queria vir a Portugal falar comigo a pedir um novo depoimento e se necessário a minha presença no Tribunal aquando do julgamento. Falei com a senhora e disse-lhe que se fosse possível retirava a minha acusação uma vez que não queria prejudicar a vida de ninguém. Nunca mais me contactaram.
Hoje, recebi uma carta a pedir que compareça no tribunal marcial que se realizará no proximo mês de Novembro na Alemanha, como testemunha do processo. Despesas todas pagas pela polícia militar britânica. A viagem de graça é um óptimo aliciante, mas não me estou a ver num tribunal a acusar ninguém. Os nervos deram lugar ao riso miudinho. A verdade é que é meu dever como cidadã comparecer no julgamento. Se o caso fosse mais grave ou fosse comigo também gostaria que as testemunhas dessem a cara, que não se escondessem e deixassem passar o caso incólume. Também vai ser uma experiência interessante participar num tribunal marcial. Ver in loco aquilo que tantas vezes vemos na ficção.
Vou cumprir o meu dever de cidadã, on Her Majesty's Service.

domingo, outubro 29, 2006

Dupla Naturalidade

Ao abrir o Boletim de Vacinas constatei que era natural de Coimbra, da freguesia da Sé Nova, concelho e distrito de Coimbra. Eu sabia que tinha nascido em Coimbra, mas os meus pais sempre me disseram que me tinham registado em Leiria e por isso mesmo eu era natural de Leiria, que é o que consta no B.I. Mas a verdade é que nos meus documentos de infância sou natural de Coimbra. Bem, afinal de onde é que sou natural? da cidade onde nasci ou da cidade onde cresci? Lembro-me de ser pequena e sempre que ia a Coimbra ficar fascinada com a cidade e virar-me para o meu irmão e dizer "estamos na minha cidade" com o maior orgulho do mundo. Hoje quase nem me lembro que nasci em Coimbra. De Coimbra pouco conheço, para além das principais ruas da cidade. Já Leiria é a cidade que me viu crescer. Foi nas ruas de Leiria que parti a cabeça, que fiz as minhas traquinices com os meus amigos. E embora hoje já não resida propriamente na freguesia de Leiria, Leiria continua a ser a minha terra, a minha cidade, a minha casa.
Uma questão de naturalidade, de dupla naturalidade.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Outono



Sentada no sofá, embrulhada num cobertor, oiço lá fora a chuva a cair. As rajadas de vento batem contra as janelas como que tentando entrar pela casa adentro. As árvores começam a despir-se das suas folhas. As folhas coloridas - castanho, amarelo, vermelho - dão uma nova cor às ruas. O cheiro a castanhas assadas paira no ar. Apetece vestir camisolas de lã de gola alta. Cobrir o corpo todo. Cheira a Outono!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Tento...

O Grito de Munch
Fecho os olhos para descansar.
Os pensamentos assaltam-me a uma velocidade vertiginosa.
Sem sequer me darem tempo para reflectir neles.
Imagens que se misturam e entrelaçam nas correntes do pensamento.
Um turbilhão de ideias.
Tento não pensar. Esvaziar a mente.
Mas quando dou por mim...
já me estou a debater com esses mesmos pensamentos.
Lá fora a chuva cai torrencialmente.
Como a minha chuva de pensamentos
Tento dormir... mas não consigo.

segunda-feira, outubro 23, 2006

A minha Braga

A semana passada fui a Braga matar saudades. Lembrei-me do dia que em soube que tinha entrado na Universidade do Minho. O meu pai deu-me a notícia com a alegria estampada no rosto e eu mal conseguia conter as lágrimas (tinha a esperança de entrar em Lisboa, mas no fundo sabia que o meu futuro passava por ali). Braga tão perto de Espanha, tão longe de casa, dos meus amigos. Prometia a mim mesma que não ia estabelecer laços com ninguém, para que mal pudesse voasse para Lisboa sem ficar presa áquela terra, áquela gente. Mas a vida dá muitas voltas e Braga hoje faz parte de mim, da minha história. A cidade. A universidade. Os cheiros. A chuva. Mas principalmente, os amigos, que, apesar de ter terminado o curso, continuam por lá. Um pedaço de mim ainda está em Braga. Sorri ao lembrar-me da primeira vez em que entrei na Universidade e me assustei-me com os "doutores" trajados. Hoje não passavam de um bando de putos que não tem mais nada para fazer do que atazanar os pobres caloiros, mas na altura impunham respeito. Muitas das caras ainda são as mesmas, há mesmo aquelas que já fazem parte da casa. Mas a Universidade continua-se a modernizar e renovar. As caras junto ao placard do meu curso já me eram desconhecidas, assim como muitos dos nomes nas pautas. No entanto, continua a ser uma nossa "segunda casa". As tardes passadas no bar do CP1 ou no Boraki a estudar e a discutir o presente e o futuro. Os nervos na preparação dos exames. As patuscadas. A minha casa.
Ficou a promessa de um regresso em breve.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Lição de vida

Fui com a minha tia ao médico.
- Então o que é que a traz por cá? - pergunta o médico.
- É a doença da moda, sr doutor. Má-disposição, vómitos, etc. Comi carne de porco e não devia, já sei que o meu estômago rejeita logo. E eu até nem sou muito de me queixar, mas desta vez já não aguentava. Sabe, sr doutor, não vale a pena queixarmo-nos porque se olharmos para o nosso lado esquerdo está alguém a sofrer tanto quanto nós e se olharmos para o nosso lado direito está alguém que sofre ainda mais. Mas há pessoas que gostam muito de se queixar. Porque acha que é?
- Muitas vezes é uma forma de chamar a atenção, responde o paciente médico. A senhora é só manter essa boa disposição e essa maneira de encarar a vida que já está 50% curada. A senhora devia era aproveitar essa boa disposição para ir para os lares animar os idosos, só uma gargalhada sua ajudava muita gente.
- Sr doutor, isso é o que tenho feito toda a minha vida, sabe é uma das vantagens de não ter marido nem filhos. Sabe assim podemos dedicar a nossa vida aos outros, áqueles que mesmo com família não têm quem olhe por eles.
Saímos do consultório e a minha tia já nem parecia a mesma.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Um daqueles dias...

Os vidros embaciados com a humidade matinal não me deixavam ver bem e quando dei por mim... estava em cima do portão! Pelo menos não estampei o carro, do mal o menos, mas dei cabo do espelho retrovisor. Uma péssima maneira de começar o dia. O cúmulo dos cúmulos é que ainda ontem um autocarro tinha vindo contra mim dia, armado em xico-esperto, e raspou no mesmo espelho. Há dias em que mais vale não sair de casa...

terça-feira, outubro 10, 2006

Não deixar morrer as tradições

As tradições vão-se perdendo se não forem passadas de geração em geração. Há segredos que se mantém nas famílias, outros que morrem com elas. O que acho realmente uma pena...
Ainda este verão conheci uma senhora, já com os seus setenta anos, com umas mãos-de-ouro, que faz umas flores em tecido e papel que são deslumbrantes. No entanto, a senhora dizia que não ia ensinar aquela arte a mais ninguém, que era uma arte de família e como não tem filhos esta arte morreria com ela. Pensei logo que tinha que começar a juntar uns trocos para poder ter uma flor daquelas, antes que a vida pregasse alguma das suas partidas àquela senhora.
Muitas vezes quando nos querem ensinar algo dizemos que não, que agora não é preciso, guardamos para depois. Eu pelo menos já o fiz algumas vezes e hoje arrependo-me. Aprendi que não devemos deixar para amanhã o que "pudemos aprender hoje". E para não deixar morrer algumas tradições familiares tenho ajudado as minhas tias a fazer os doces caseiros (marmelada, geleia, doce de tomate, entre outros), os biscoitos caseiros, os rissóis,... Aqueles cheiros e sabores que fazem parte da minha vida, das minhas recordações. Algumas das receitas são centenárias e não há nada como ver para aprender, porque há pequenos truques que se escondem na prática.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Vida


«Tem sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos...
Mas o que é mais importante não muda;
A tua força e convicção não têm idade.
O teu espírito é como qualquer teia de aranha.



Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.



Enquanto estiveres viva, sente-te viva.
Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amarelecidas...
Continua, quando todos esperam que desistas.
Não deixes que enferruje o ferro que existe em ti.
Faz com que em vez de pena, te tenham respeito.
Quando não conseguires correr através dos anos,
Trota
Quando não consigas trotar, caminha.
Quando não consigas caminhar, usa uma bengala.
Mas nunca te detenhas!!!»



Madre Teresa de Calcutá

segunda-feira, outubro 02, 2006

Feira Europeia do Emprego e da Mobilidade

Entre os dias 29 de Setembro e 1 de Outubro, teve lugar no Colombo uma Feira de Emprego onde se pomovia a mobilidade internacional, ou neste caso, europeia.
Aqui a EURES - European Employment Services - disponibilizava informação sobre as oportunidades de emprego em vários países europeus (Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Suécia,...) e ainda aconselhamento quanto ao mercado de trabalho e qualidade de vida.
Ontem tive oportunidade de ir a esta feira e fiquei a conhecer um pouco mais sobre o mercado de trabalho alemão, quais as zonas mais desenvolvidas e que oferecem maior estabilidade. Quanto à Irlanda, um país em constante desenvolvimento, fiquei a saber que é uma excelente aposta, uma vez que podemos ir para lá sem quaisquer perspectivas de trabalho e lá num curto espaço de tempo conseguimos encontar algo na nossa área. Já na Inglaterra, é muito arriscado ir sem qualquer perspectiva, uma vez que o nível de vida é muito caro. Disponibilizaram-nos ainda os sites que podemos consultar para procurar emprego nesses mesmos países.
Fiquei com o bichinho atrás da orelha...

sábado, setembro 30, 2006

Je ne parle pas français!

O meu francês anda pelas ruas da amargura e por isso decidi tomar medidas drásticas. A sorte é que a minha tia é professora de francês e vai-me dar um empurrãozinho, ou melhor, empurrãozão.
Assim, ontem tive a minha primeira aula de revisão de francês e, embora a minha tia não quisesse acreditar, a verdade é que tivemos mesmo de começar quase do zero. É certo que à medida que ia ouvindo as coisas as ia reconhecendo e elas voltaram a entrar facilmente no "disco rígido". O grande problema foi mesmo ter que construir uma frase... Comparar uma pessoa alta e magra com uma pessoa baixa e gorda. O que parece facílimo acabou por se transformar numa frase em língua gestual. "Elle est trés............ (gestos a apontar para cima e mostrar que é alta, ou gesto a mostrar que é marga ou gorda)". Uma miséria! O pior é que quando queria dizer alguma coisa vinha-me tudo em alemão. E as semelhanças entre o alemão e o francês são poucas. Enfim! Agora tenho mesmo que me aplicar, porque embora o francês já não seja a língua franca, há alturas em que é preciso e nunca se sabe quando.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Viva o luxo!

Há bens que damos como adquiridos e muitas vezes acabamos por não lhes dar o devido valor, porque eles estão lá, estão sempre lá quando precisamos, que até acabamos por nem reparar neles. Acabamos por usar e abusar, sem tão pouco nos preocuparmos com o seu verdadeiro valor, nem mesmo com as consequências que esse uso abusivo poderá trazer.
A electricidade é um desses bens. Imprescindível no nosso dia-a-dia do século XXI. É até absurdo pensar, mas a verdade é que a maioria dos nossos gestos diários implica o uso de electricidade. E enquanto nós não sabemos viver sem electricidade, noutros cantos do mundo há quem quase desconheça a sua existência, para quem a electricidade é um luxo. Tudo é manual e artesanal.
No entanto, para nós, com um simples corte de electricidade instala-se o caos completo. Pior ainda se for à noite! Não sabes o que fazer. Não há computadores nem electrodomésticos... não há luz! E esquecemos que apenas há alguns anos atrás estes aparelhos ainda nem sequer existiam.
Tudo isto me passou pela cabeça hoje de manhã quando estive mais de 1 hora sem luz (devido a uma avaria num electrodoméstico) e entrei em pânico porque não podia fazer nada do que tinha planeado, nem mesmo tomar duche!

segunda-feira, setembro 25, 2006

À espera


Quem não gosta de estar de férias? O problema é que estar de férias por tempo indefinido, quando já mais ninguém está de férias, quando se fez tudo o que se tinha planeado fazer nas férias, acaba por se tornar muito aborrecido. Há quem se queixe de falta de tempo. Eu por mim, queixo-me de tempo livre a mais... Tento aproveitar o tempo para fazer o máximo possível, aquelas coisas que se adiam por falta de tempo e se deixam para as férias.
Passar um dia em casa, em pijama, em frente ao computador a enviar currículos, à espera de receber o sinal "you've got mail!" e com ele uma resposta positiva... acaba por ser deprimente. Perde-se a vontade de fazer o que quer que seja, sobem-se e descem-se as escadas vezes sem conta à procura de algo para fazer, sabe-se a programação da TV de cor... Lá fora o dia cinzento também não convida a sair. E deixo-me estar no meu cantinho... à espera!

quarta-feira, setembro 20, 2006

Abre-se uma janela


Fecha-se uma porta e, quando menos se espera, abre-se uma janela. E foi mesmo isso que aconteceu...
Hoje recebi um mail do European Personnel Selection Office - EPSO (o centro de recrutamento europeu) a comunicar que fui seleccionada para passar à fase seguinte do concurso de selecção de Assistentes de língua portuguesa.
Li o mail. Voltei a reler com atenção redobrada. Nem queria acreditar. É certo que as possibilidades de ser seleccionada devem ser mínimas. No entanto, consegui passar a primeira fase (consegui vender a minha imagem pelo meu currículo) e... é sempre bom sonhar! E voei de imediato para Bruxelas, mesmo sem saber bem o caminho, e ali estava eu cheia de pastas onde estavam as mais importantes decisões europeias. Acordei!
Sinceramente nem sei bem em que consiste propriamente o trabalho de um assistente de língua portuguesa. Talvez tradução de documentos, tratamento de documentos,... Não sei bem. Mas vou-me informar e preparar o melhor possível. Embora os testes sejam só daqui a mais de um mês, estes devem ser de um grande de exigência bastante elevado e eu quero dar o meu melhor.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Tradições familiares

A família vai crescendo e depois da explosão demográfica do ano passado só primos já somos quase 40, ou melhor, 39, para ser mais exacta. Isto contando com os filhos dos primos direitos e só do lado materno. Daí que as reuniões familiares sejam uma animação constante, cheias de correrias, gritos, brincadeiras e partidas. As conversas sempre interrompidas pelos grandes problemas dos mais pequenos.
Como a família é tão grande torna-se difícil juntarmo-nos todos. As festas de aniversário são muitas, já para não falar em todas as outras efemérides. Por isso, as festas do primeiro aniversário dos mais pequenos são uma das poucas ocasiões em que temos oportunidade para nos reunirmos todos, uma vez que é complicado chamar a família toda para todas as festas.
Assim, ontem a família voltou a juntar-se para festejar o primeiro ano de vida da Sofia, que, como boa anfitriã, andava de um lado para o outro a controlar tudo o que se passava na festa. Voltar a rever os primos. Ver como as crianças cresceram e como estamos a ficar velhos. Mais bonito ainda é ver como, contrariamente ao normal dos dias de hoje, a família continua unida.
Muitos parabéns Sofia!

sexta-feira, setembro 15, 2006

As várias maneiras de dizer NÃO

"Acusamos a recepção da sua candidatura mas de momento não necessitamos de ninguém na sua área."
"Agradecemos a sua candidatura e apesar das qualidades excepcionais que mostrou lamentamos não poder integrá-la na nossa equipa."
"Lamentamos mas de acordo com os trâmites legais não será possível a realização do estágio desejado."
Estes são apenas alguns dos muitos exemplos de cartas e e-mails que recebi a dizer que estavam interessados no meu perfil. Apesar de as palavras variarem, o conteúdo é sempre o mesmo: NÃO!!! Não estamos interessados.
O número de currículos enviados é que já não tem conta. Vêm aí o fim-de-semana e com ele mais anúncios nos jornais. Continua a saga!

quinta-feira, setembro 14, 2006

Pelos caminhos de Portugal

Perdemo-nos na rotina do dia-a-dia e esqueçemo-nos de apreciar a beleza da vida, as pequenas coisas que nos rodeiam, os cheiros, os paladares, as cores. É preciso que algo nos tire da rotina diária para voltarmos a ver, ouvir, cheirar e sentir, para que os sentidos voltem a despertar.
Neste últimos dias em que estive a fazer de guia e a dar a conhecer um pouco do nosso Portugal a uns amigos alemães tive tempo para parar e poder apreciar a beleza do nosso país. De Viseu a Lisboa, passando por Leiria apreendi um pouco mais da beleza do nosso país.
Por mais que passe a ponte sobre o Tejo não consigo deixar de ficar maravilhada com a vista sobre Lisboa. E pela primeira vez tive a oportunidade de subir até ao Cristo Rei e espantar-me com a vista magnífica sobre o Tejo.
Pastéis de Belém, brisas do liz e viriatos. O cheiro a sardinha assada na brasa acompanhada de pimentos. O castelo de Leiria com a sua moura encantada e as ninfas do Tejo trazem-nos de volta o Portugal perdido, aquele que ficou esquecido algures na nossa infância e que o stress do dia-a-dia não nos deixa relembrar.

terça-feira, setembro 05, 2006

De afilhada para madrinha

- Madrinha, quando é que voltas para a escola? - pergunta-me a minha afilhada, na sabedoria dos seus 6 anos.
- A madrinha já não vai mais à escola, agora vai começar a trabalhar - respondo, tentando explicar a minha nova situação.
- Eu gostava que fosses a minha professora. - diz naquela voz que faz tudo parecer tão fácil.
- Mas a madrinha não pode ser tua professora, porque não estudou para ser professora.
- Então, em que é que vais trabalhar?
- Ainda não sei! - tento explicar - Talvez numa empresa.
- Então podes trabalhar na fábrica do avô. - diz, com ar de quem encontrou finalmente a solução para o meu problema.
- A cortar madeira? - pergunto desafiante.
- Sim, assim o avô ralhava-te a ti e não a mim.

A sabedoria das crianças deixa-nos sem palavras!

segunda-feira, setembro 04, 2006

O mundo dos Templários

Ao entrarmos no Castelo dos Templários em Tomar como que somos transportados no tempo e levados até ao tempo das Cruzadas.
O sopro do vento faz lembrar o restolhar das espadas. Um duelo, talvez. Ou treinos, quem sabe?! Silhuetas vestidas de branco com cruzes vermelhas estampadas no peito aparecem e desaparecem nas sombras dos arbustos.
Acorda-se do sonho e o Convento de Cristo ergue-se imponente à nossa frente.
Por estranho que pareça (uma vez que este faz parte dos roteiros das visitas de estudo) nunca tinha visitado o Convento, embora já tivesse estado em Tomar. Oiço um casal de turistas a comentar que "este é o monumento mais bonito de Portugal" e, embora me seja difícil eleger um monumento como "o mais bonito", a verdade é que este faz parte da lista.
Desde a famosa janela Manuela que figura nos nossos manuais escolares, passando pelos numerosos claustros e acabando na capela, há sempre recantos a descobrir, cheios de história. É pena a degradação que o tempo lhe infligiu, mas a sua beleza é intemporal e transporta-nos ainda hoje para uma história cheia de lutas e conquistas, a nossa história.
«Aos templários foram oferecidas muitas terras em Portugal por serviços prestados em combate, incluindo nas conquistas de Santarém e Lisboa, mas em sítio nenhum ficou a sua presença mais marcada do que aqui, no castelo de Tomar, a sua sede. a existência da Ordem, porém, conheceu um fim abrupto com as perseguições em França, desencadeadas em 1307, e com a bula papal Vox in excelso, que a extinguiu em 1312. O papa solicitou aos monarcas europeus a prisão de todos os templários, mas o rei D. Dinis, em Portugal, recusou-se a obedecer.» Em 1319 foi criada a Ordem Militar de Cristo. «D. Dinis entregou a esta nova organização todos os bens da Ordem do Templo, incluindo dez cidades.»

in: SANTOS, José Rodrigues dos; "O Codex 632"

sexta-feira, setembro 01, 2006

Mais uma entrevista...

Ontem tive mais uma entrevista, ou melhor, testes. A empresa era uma multinacional que aluga jactos privados, com sede na zona de Oeiras. Tinham-me dito que ia fazer alguns testes mas nunca pensei passar 4 horas a fazer testes, ainda para mais eram todos em inglês. Escrever uma carta, análise de excertos de textos (20) com verdadeiro ou falso, simulação do "Lost", simulação de um comité de análise de propostas e ainda trabalho de equipa com um monte de palhinhas e uma bola de golfe. Não posso dizer que tenha corrido mal, mas a certa altura já só queria despachar aquilo porque a fome já apertava (só tinha engolido uma sandes ao almoço enquanto andava perdida pelas ruas de Oeiras). Vamos lá a ver de dizem alguma coisa...

segunda-feira, agosto 28, 2006

Já lá vai um ano...

Já lá vai quase um ano desde que escrevi pela última vez. A razão?? Nem eu a sei!! Talvez preguiça de escrever...
Entretanto acabei o curso e preparo-me para enfrentar o mundo do trabalho. Por enquanto, estou de férias por tempo indefenido.
Logo em Julho, ainda em época de exames finais, comecei a ser chamada para entrevistas e até ao momento já fui a umas quantas. No entanto, ou por-isto ou por-aquilo não fiquei em lado nenhum. O que me interessa mesmo de momento é encontrar um trabalho, mesmo que não seja bem na minha área, para começar a juntar uns "trocos" e não estar em casa sem fazer nenhum.
Por enquanto, vou aproveitando o mês de Agosto para ir à praia, pôr a leitura em dia e, claro, ir mandando mais uns quantos currículos.
Não quero prometer para não faltar à promessa, mas vou fazer um esforço para ir dando notícias sobre as minhas tentativas de entrar no mundo do trabalho.