terça-feira, outubro 31, 2006

Dar Sangue

Dar sangue é dar vida.
Salvar uma vida.
Ajudar o próximo.
Também nós um dia podemos vir a precisar. Por isso não custa nada dar agora para aqueles que precisam. Nunca sabemos quando será a nossa vez. E não custa nada. São só cerca de 500 ml de sangue. Ainda temos direito a um lanche reforçado, para não falar na isenção das taxas moderadoras.
Deiam sangue! Não custa nada.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Ao serviço de Sua Majestade

Aquando da minha estada na Alemanha apanhei um dos maiores sustos da minha vida. Fui agarrada por trás por um homem e por segundos vi a minha vida passar toda à minha frente. Pensei no que me poderia fazer. Fiquei em pânico. Tentei a todo o custo libertar-me mas parecia que quanto mais esbracejava mais ele me apertava. Gritei. E finalmente me libertou. Foram os segundos mais longos da minha vida. Depois de mim, o homem agarrou mais umas quantas raparigas e acabou a destribuir pancada num bar. Chamámos a polícia e fizemos queixa. Viemos a descobrir que o homem era um militar inglês que tinha acabado de regressar do Iraque e vinha traumatizado. Uma boa desculpa para fazermos tudo o que nos der "na real gana". Fui depor à polícia alemã e mais tarde à polícia militar inglesa. Já lá vai um ano e meio. Durante o Verão passado fui contacta pela polícia militar inglesa que queria vir a Portugal falar comigo a pedir um novo depoimento e se necessário a minha presença no Tribunal aquando do julgamento. Falei com a senhora e disse-lhe que se fosse possível retirava a minha acusação uma vez que não queria prejudicar a vida de ninguém. Nunca mais me contactaram.
Hoje, recebi uma carta a pedir que compareça no tribunal marcial que se realizará no proximo mês de Novembro na Alemanha, como testemunha do processo. Despesas todas pagas pela polícia militar britânica. A viagem de graça é um óptimo aliciante, mas não me estou a ver num tribunal a acusar ninguém. Os nervos deram lugar ao riso miudinho. A verdade é que é meu dever como cidadã comparecer no julgamento. Se o caso fosse mais grave ou fosse comigo também gostaria que as testemunhas dessem a cara, que não se escondessem e deixassem passar o caso incólume. Também vai ser uma experiência interessante participar num tribunal marcial. Ver in loco aquilo que tantas vezes vemos na ficção.
Vou cumprir o meu dever de cidadã, on Her Majesty's Service.

domingo, outubro 29, 2006

Dupla Naturalidade

Ao abrir o Boletim de Vacinas constatei que era natural de Coimbra, da freguesia da Sé Nova, concelho e distrito de Coimbra. Eu sabia que tinha nascido em Coimbra, mas os meus pais sempre me disseram que me tinham registado em Leiria e por isso mesmo eu era natural de Leiria, que é o que consta no B.I. Mas a verdade é que nos meus documentos de infância sou natural de Coimbra. Bem, afinal de onde é que sou natural? da cidade onde nasci ou da cidade onde cresci? Lembro-me de ser pequena e sempre que ia a Coimbra ficar fascinada com a cidade e virar-me para o meu irmão e dizer "estamos na minha cidade" com o maior orgulho do mundo. Hoje quase nem me lembro que nasci em Coimbra. De Coimbra pouco conheço, para além das principais ruas da cidade. Já Leiria é a cidade que me viu crescer. Foi nas ruas de Leiria que parti a cabeça, que fiz as minhas traquinices com os meus amigos. E embora hoje já não resida propriamente na freguesia de Leiria, Leiria continua a ser a minha terra, a minha cidade, a minha casa.
Uma questão de naturalidade, de dupla naturalidade.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Outono



Sentada no sofá, embrulhada num cobertor, oiço lá fora a chuva a cair. As rajadas de vento batem contra as janelas como que tentando entrar pela casa adentro. As árvores começam a despir-se das suas folhas. As folhas coloridas - castanho, amarelo, vermelho - dão uma nova cor às ruas. O cheiro a castanhas assadas paira no ar. Apetece vestir camisolas de lã de gola alta. Cobrir o corpo todo. Cheira a Outono!

quarta-feira, outubro 25, 2006

Tento...

O Grito de Munch
Fecho os olhos para descansar.
Os pensamentos assaltam-me a uma velocidade vertiginosa.
Sem sequer me darem tempo para reflectir neles.
Imagens que se misturam e entrelaçam nas correntes do pensamento.
Um turbilhão de ideias.
Tento não pensar. Esvaziar a mente.
Mas quando dou por mim...
já me estou a debater com esses mesmos pensamentos.
Lá fora a chuva cai torrencialmente.
Como a minha chuva de pensamentos
Tento dormir... mas não consigo.

segunda-feira, outubro 23, 2006

A minha Braga

A semana passada fui a Braga matar saudades. Lembrei-me do dia que em soube que tinha entrado na Universidade do Minho. O meu pai deu-me a notícia com a alegria estampada no rosto e eu mal conseguia conter as lágrimas (tinha a esperança de entrar em Lisboa, mas no fundo sabia que o meu futuro passava por ali). Braga tão perto de Espanha, tão longe de casa, dos meus amigos. Prometia a mim mesma que não ia estabelecer laços com ninguém, para que mal pudesse voasse para Lisboa sem ficar presa áquela terra, áquela gente. Mas a vida dá muitas voltas e Braga hoje faz parte de mim, da minha história. A cidade. A universidade. Os cheiros. A chuva. Mas principalmente, os amigos, que, apesar de ter terminado o curso, continuam por lá. Um pedaço de mim ainda está em Braga. Sorri ao lembrar-me da primeira vez em que entrei na Universidade e me assustei-me com os "doutores" trajados. Hoje não passavam de um bando de putos que não tem mais nada para fazer do que atazanar os pobres caloiros, mas na altura impunham respeito. Muitas das caras ainda são as mesmas, há mesmo aquelas que já fazem parte da casa. Mas a Universidade continua-se a modernizar e renovar. As caras junto ao placard do meu curso já me eram desconhecidas, assim como muitos dos nomes nas pautas. No entanto, continua a ser uma nossa "segunda casa". As tardes passadas no bar do CP1 ou no Boraki a estudar e a discutir o presente e o futuro. Os nervos na preparação dos exames. As patuscadas. A minha casa.
Ficou a promessa de um regresso em breve.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Lição de vida

Fui com a minha tia ao médico.
- Então o que é que a traz por cá? - pergunta o médico.
- É a doença da moda, sr doutor. Má-disposição, vómitos, etc. Comi carne de porco e não devia, já sei que o meu estômago rejeita logo. E eu até nem sou muito de me queixar, mas desta vez já não aguentava. Sabe, sr doutor, não vale a pena queixarmo-nos porque se olharmos para o nosso lado esquerdo está alguém a sofrer tanto quanto nós e se olharmos para o nosso lado direito está alguém que sofre ainda mais. Mas há pessoas que gostam muito de se queixar. Porque acha que é?
- Muitas vezes é uma forma de chamar a atenção, responde o paciente médico. A senhora é só manter essa boa disposição e essa maneira de encarar a vida que já está 50% curada. A senhora devia era aproveitar essa boa disposição para ir para os lares animar os idosos, só uma gargalhada sua ajudava muita gente.
- Sr doutor, isso é o que tenho feito toda a minha vida, sabe é uma das vantagens de não ter marido nem filhos. Sabe assim podemos dedicar a nossa vida aos outros, áqueles que mesmo com família não têm quem olhe por eles.
Saímos do consultório e a minha tia já nem parecia a mesma.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Um daqueles dias...

Os vidros embaciados com a humidade matinal não me deixavam ver bem e quando dei por mim... estava em cima do portão! Pelo menos não estampei o carro, do mal o menos, mas dei cabo do espelho retrovisor. Uma péssima maneira de começar o dia. O cúmulo dos cúmulos é que ainda ontem um autocarro tinha vindo contra mim dia, armado em xico-esperto, e raspou no mesmo espelho. Há dias em que mais vale não sair de casa...

terça-feira, outubro 10, 2006

Não deixar morrer as tradições

As tradições vão-se perdendo se não forem passadas de geração em geração. Há segredos que se mantém nas famílias, outros que morrem com elas. O que acho realmente uma pena...
Ainda este verão conheci uma senhora, já com os seus setenta anos, com umas mãos-de-ouro, que faz umas flores em tecido e papel que são deslumbrantes. No entanto, a senhora dizia que não ia ensinar aquela arte a mais ninguém, que era uma arte de família e como não tem filhos esta arte morreria com ela. Pensei logo que tinha que começar a juntar uns trocos para poder ter uma flor daquelas, antes que a vida pregasse alguma das suas partidas àquela senhora.
Muitas vezes quando nos querem ensinar algo dizemos que não, que agora não é preciso, guardamos para depois. Eu pelo menos já o fiz algumas vezes e hoje arrependo-me. Aprendi que não devemos deixar para amanhã o que "pudemos aprender hoje". E para não deixar morrer algumas tradições familiares tenho ajudado as minhas tias a fazer os doces caseiros (marmelada, geleia, doce de tomate, entre outros), os biscoitos caseiros, os rissóis,... Aqueles cheiros e sabores que fazem parte da minha vida, das minhas recordações. Algumas das receitas são centenárias e não há nada como ver para aprender, porque há pequenos truques que se escondem na prática.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Vida


«Tem sempre presente que a pele se enruga, o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos...
Mas o que é mais importante não muda;
A tua força e convicção não têm idade.
O teu espírito é como qualquer teia de aranha.



Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.



Enquanto estiveres viva, sente-te viva.
Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amarelecidas...
Continua, quando todos esperam que desistas.
Não deixes que enferruje o ferro que existe em ti.
Faz com que em vez de pena, te tenham respeito.
Quando não conseguires correr através dos anos,
Trota
Quando não consigas trotar, caminha.
Quando não consigas caminhar, usa uma bengala.
Mas nunca te detenhas!!!»



Madre Teresa de Calcutá

segunda-feira, outubro 02, 2006

Feira Europeia do Emprego e da Mobilidade

Entre os dias 29 de Setembro e 1 de Outubro, teve lugar no Colombo uma Feira de Emprego onde se pomovia a mobilidade internacional, ou neste caso, europeia.
Aqui a EURES - European Employment Services - disponibilizava informação sobre as oportunidades de emprego em vários países europeus (Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Suécia,...) e ainda aconselhamento quanto ao mercado de trabalho e qualidade de vida.
Ontem tive oportunidade de ir a esta feira e fiquei a conhecer um pouco mais sobre o mercado de trabalho alemão, quais as zonas mais desenvolvidas e que oferecem maior estabilidade. Quanto à Irlanda, um país em constante desenvolvimento, fiquei a saber que é uma excelente aposta, uma vez que podemos ir para lá sem quaisquer perspectivas de trabalho e lá num curto espaço de tempo conseguimos encontar algo na nossa área. Já na Inglaterra, é muito arriscado ir sem qualquer perspectiva, uma vez que o nível de vida é muito caro. Disponibilizaram-nos ainda os sites que podemos consultar para procurar emprego nesses mesmos países.
Fiquei com o bichinho atrás da orelha...