Voar é liberdade, ultrapassarmo-nos, sentir os nossos limites. É a possibilidade de irmos onde quisermos. Mas é também sentir a nossa pequenez perante as maravilhas da natureza. A paisagem aérea, as casas por baixo de nós que parecem autênticas casinhas de bonecas, cheias de vida. Passar por entre as nuvens, sentir o vazio, o nada, o infinito. E já lá em cima, já lá bem em cima, ver o sol a pôr-se por entre as nuvens, o céu a encher-se de tonalidades de vermelho, rosa e violeta. E dá uma vontade imensa de saltar para as nuvens (que nem os "ursinhos carinhosos"), rebolar nelas, saltar de nuvem em nuvem até ao infinito. E a noite cai. Fica escuro como breu. As luzes das cidades e povoações iluminam a paisagem nocturna. Paris, então, é deslumbrante, toda uma teia de luzes que parece não ter fim, qual árvore-de-natal enfeitada. E eu fico maravilhada, extasiada, pregada à janela a assistir a estes espectáculo magnífico.

Pernoitei numa base militar britânica perto de Dusseldorf. Uma autêntica vila britânica perdida nos bosques alemães, onde hoje convivem "brits", alemães, holandeses, canadianos e americanos. De manhã fui levada à polícia militar onde visualizei um pequeno filme para identificar o presumível suspeito. Eu que apenas tinha visto a cara do soldado por uma fracção de segundos e ao longe, ainda para mais, há mais de ano e meio. Fui incapaz de identificar o homem. Havia uns quantos que tinha a certeza que não, mas com outros fiquei na dúvida. Não quis culpar ninguém inocente. O advogado de defesa pareceu-me satisfeito. Eu apenas cumpri a minha parte.
E passadas menos de 24 horas já estava de volta a Portugal. Uma autêntica "visita de médico" à Alemanha.
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