domingo, fevereiro 06, 2005

O silêncio

Era uma vez… um homem que foi a um mosteiro. Um daqueles mosteiros perdidos no nada, onde se vive longe do rebuliço das cidades. Ou talvez, um daqueles mosteiros no meio das cidades, mas que quando se entra neles parece que se entra num outro mundo. O que é certo é que era um mosteiro onde o silêncio imperava. Ao entrar no mosteiro, o homem encontrou um monge a tirar água de um poço. Dirigiu-se ao monge e perguntou-lhe porque viviam naquele silêncio (que quase lhe parecia perturbador). Ao invés de responder, o monge disse ao homem para olhar para o fundo do poço e perguntou-lhe o que via. Depois de olhar as águas conturbadas, o homem disse que nada via, a não ser a agitação das águas de onde o monge tinha acabado de tirar o balde. Passados uns longos minutos, prolongados pelo silêncio, o homem voltou a perguntar ao monge o porquê daquele silêncio e o monge voltou a pedir ao homem para contemplar a água do poço. Desta vez, o homem viu a sua imagem reflectida nas águas calmas do poço e foi isso que disse ao monge. O monge disse então que aquele silêncio servia para se encontrarem com eles próprios, porque as águas agitadas da vida, por vezes, não nos deixam olhar para nós próprios.

… e foi isto que fiz este fim-de-semana, tentei estar um pouco mais comigo.

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