sexta-feira, janeiro 14, 2005

Ainda a propósito das "Férias de Natal", na aula de alemão tivemos que contar como foram as nossas férias e aqui ficam algumas curiosidades sobre o Natal noutros países. Na Polónia, a mesa da Consoada tem (pelo menos) 12 pratos, simbolizando os 12 apóstolos presentes na Última Ceia de Cristo. Os alemães, imaginativos como sempre, comem na Noite de Natal, nada-mais-nada-menos que, salsichas (!!!) e salada de batata (!!!).
E sabem de onde vem o nosso Bolo Rei?
"É à mais centenária Confeitaria Nacional, na Praça da Figueira, em Lisboa, que se deve a introdução do bolo-rei em Portugal. A família Castanheiro, fundadora e ainda proprietária da casa, pode orgulhar-se de tê-lo transformado numa instituição sem rival no mercado confeiteiro. A casa mantém até hoje o mesmo critério na selecção dos ingredientes utilizados e o cumprimento rigoroso da receita secreta seguida há mais de cem anos, o que torna este bolo-rei único na capital portuguesa.
Na segunda metade do século XIX, o bolo-rei era exclusivo nesta confeitaria por iniciativa de Baltazar Castanheira Filho que, juntamente com a receita, trouxe de França uma cópia de um quadro de Jean-Baptiste Greuze (intitulado Gatêu des Rois) e vários mestres confeiteiros que inovaram o fabrico da casa lisboeta.
Mas a existência de um bolo semelhante ao bolo-rei remonta ao tempo dos romanos, referente à escolha do rei durante as festas em honra do deus Saturno. A prática transitou para a festa cristã da Epifania, em homenagem aos três Reis Magos.
Nesta celebração coziam-se os bolos com uma fava no interior, sendo aquele a quem calhava a fava proclamado o rei da festa. A tradição consolidou-se em França e o bolo-rei passou a ser obrigatório no Ano Novo e nos Reis, mas sofreu uma curiosa alteração após a Revolução Francesa: o nome bolo-rei foi proibido e passou a chamar-se bolo dos “sana culottes”. O mesmo aconteceu em Portugal quando, no início de 1911, chegou a ser proposta em sessão parlamentar a alteração do seu nome para Bolo República.
Entre os portugueses, o bolo-rei tem uma extraordinária procura. Desde o início do Outono e até à semana da Páscoa, é rara a mesa de família onde ele não se encontre. Não foram apenas o Direito e o alfabeto romano que ficaram entre nós para sempre…" In Check-In, nº 4 Dezembro/Janeiro 2005

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